Ser consumista pode parecer um hábito dos adultos, mas a verdade é que o consumismo infantil também é uma realidade. A situação vivida em cada família talvez seja diferente, assim como as motivações que fazem com que uma criança desenvolva esse comportamento.
A questão é que os efeitos a médio e longo prazos são muito prejudiciais. Então, o desafio passa a ser enfrentar esse problema para reverter o padrão consumista ou, na melhor das hipóteses, evitá-lo antes mesmo que ele se torne real.
Tem interesse em saber mais sobre esse assunto? Acompanhe a leitura e ainda descubra dicas que vão ajudar a educar seus filhos ou os pequenos com quem você convive!
O problema do consumismo infantil
É natural que as pessoas tenham vontade de consumir as coisas, independentemente da fase de vida. Isso nem sempre é um sinal de consumismo, até porque nem todos os nossos desejos são consumados, não é verdade?
Em geral, os adultos conseguem lidar melhor com isso — embora existam muitas exceções. O bom senso e o controle financeiro são fatores que contribuem para colocar limites nas compras, fugindo da impulsividade.
Por sua vez, as crianças ainda não têm tanta maturidade para entender os perigos dessa compulsão pelo consumo, sendo atraídas por comerciais, vitrines e outras formas de propaganda. Se o seu amiguinho tem um brinquedo, por que ela também não pode ter? Por que não comprar todos os itens da loja que ela gostou? Qual o problema de ter tudo o que passa na televisão?
São várias as questões envolvidas em situações como essa. Os pais podem ter ou não dinheiro para satisfazer as vontades dos filhos, mas o que estamos falando é da conscientização para fugir do consumismo excessivo.
A falta de limites pode trazer prejuízos a longo prazo, criando seres humanos compulsivos e que não serão capazes de organizar as suas finanças. Muitas pessoas que se endividam e têm problemas relacionados a isso na vida adulta carregam esse comportamento desde a infância.
Os efeitos práticos são contrair dívidas e ter dificuldade em realizar objetivos que demandam organização financeira. Há quem não consiga gerenciar suas próprias contas para economizar e comprar um imóvel, por exemplo. Porém, não podemos esquecer que existem outros tipos de consequências.
O lado psicológico de todo comportamento compulsivo é preocupante. A curto prazo, você pode verificar reações agressivas, birras e choros sem motivo. As compras passam a não satisfazer ou geram apenas uma satisfação momentânea. Além disso, existe a possibilidade de desenvolver quadros de frustração, ansiedade, insônia ou até obesidade e depressão por conta disso.
Dicas para evitar esse tipo de comportamento
Agir na causa do problema é essencial e o consumismo infantil precisa ser uma preocupação dos pais ou responsáveis por uma criança, ainda que a condição financeira seja favorável.
Não se trata de negar um presente ou privar de certos benefícios, mas de educar no sentido do consumo consciente. Veja a seguir quais são as nossas dicas para colocar isso em prática.
Estabeleça um valor mensal
A famosa mesada pode parecer um hábito antigo em gerações que usam cartão de crédito e fazem compras na internet com poucos cliques. A diferença é que estipular um valor para que a criança gaste todos os meses vai ensinar a ela sobre limites.
O objeto de desejo custa mais do que duas mesadas? Então, é necessário esperar uns três meses para comprá-lo. Desenvolver essa ideia de poupar para conquistar é muito importante, mas vai exigir que os pais aprendam a dizer não em muitas ocasiões.
Ensine sobre o valor do dinheiro
Conversar sobre finanças com os mais novos é um hábito muito positivo. É claro que o tom da conversa precisa ser adequado para a idade de cada um, mas é válido que as crianças cresçam sabendo o valor do dinheiro.
Ou seja, elas precisam estar cientes de quanto as coisas custam, como é caro fazer certos investimentos, por que precisamos cuidar do que temos, qual a importância de economizar, como evitar desperdícios, entre outros pontos.
De certa forma, privá-las desse tipo de assunto é contribuir para a criação de pessoas com pouco conhecimento sobre finanças, que podem encontrar dificuldades no futuro ao lidar com o próprio dinheiro.
Incentive a gratidão e solidariedade
Valorizar e ser grato a tudo o que temos é um dos melhores sentimentos que podemos cultivar. Infelizmente, milhares de pessoas vivem em condições de vulnerabilidade social, e quem não passa por isso deve mesmo agradecer.
Essa percepção de valores deve ser construída desde a infância, incluindo a questão da solidariedade ao fazer doações e ajudar aqueles que mais precisam.
Seja um bom exemplo
Não adianta apenas falar bonito e fazer errado no dia a dia. Ser um bom exemplo é fundamental para influenciar um comportamento positivo dentro de casa. Por isso, é preciso ficar atento aos detalhes todos os dias e ter a preocupação de não incentivar o consumismo.
Algumas sugestões práticas para cumprir esse papel são: reforce o quanto você pensa antes de fazer uma compra, evite ficar acumulando muitas coisas e demonstre como boa parte da renda vai para itens essenciais (alimentação, moradia, educação etc.).
Se você for consumista, é possível que o seu filho também aprenda a ser assim. As crianças tendem a se espelhar nos mais velhos e reproduzem condutas que elas assistem.
Procure ajuda
Não estamos falando de contratar um consultor financeiro para administrar a mesada ou marcar consulta com um psicólogo — ainda que esses profissionais sejam importantes em muitos momentos.
Nesse caso, procurar ajuda é contar com recursos que vão contribuir para o entendimento das crianças e adolescentes sobre esse universo financeiro.
O Programa Gênio das Finanças é um exemplo disso. Ele foi desenvolvido para suprir a lacuna de educação financeira que falta nas escolas, oferecendo um material personalizado para aprender a identificar as armadilhas psicológicas e mudar o comportamento em relação às finanças.
A intenção é justamente educar a juventude e promover uma postura mais consciente para que problemas como o consumismo infantil não tragam outros prejuízos. Nada melhor do que começar a conscientização desde cedo e com o apoio da escola, não é verdade?